Não prospecte clientes, busque propósitos
Quando o seu cliente fala sobre objetivos, a palavra-chave é sempre lucro, ou há uma mensagem por trás do conceito da empresa que ele se preocupar, acima de tudo, em disseminar?
Em uma sociedade cada vez mais opinativa e participativa, não faz mais sentido um cenário em que uma marca exista unicamente para ganhar dinheiro, sem a famosa missão por trás de todo o trabalho. Toda empresa deve surgir pensando nos pilares, não unicamente pragmáticos, mas também filosóficos, que a sustentam. O seu negócio pode estar predestinado ao sucesso, mas se ele não tiver um bom propósito inserido na cultura organizacional, de modo que atinja os consumidores, ou clientes, é provável que fracasse.
Isso acontece porque, hoje em dia, com o excesso de opções, os consumidores podem se dar o luxo de não fechar negócio basilados unicamente por critérios como preço, localização ou disponibilidade. Hoje, é comum que o público opte por dar dinheiro a empresas com as quais se identificam. Seja porque sua marca levanta bandeiras (inclusão social, antiracismo, anti homofobia, por exemplo), ou porque tem um propósito sustentável, ou mesmo um diferencial no quesito respeito e relacionamento com o consumidor.
Você já ouviu falar das empresas 2.5?
Essas são empresas que, desde a sua gênese, preocupam-se em não se rotular como segundo setor (empresas privadas) ou terceiro setor (ONG’s). Isso porque o serviço que prestam tem sim um modo de existência comercial, mas priorizam um propósito social acima do lucro.
Por exemplo: uma camisetaria que tem como objetivo principal difundir mensagens de autoestima ou bem-estar. Ou, quem sabe, um banco que tem como foco estimular o empreendedorismo por indivíduos de classe social mais baixa. Ou um restaurante que difunda uma nutrição mais orgânica e saudável; ou uma loja de decorações que defenda e pratique a reciclagem. Nesse caso, o lucro é mera consequência do sucesso atingido com o propósito da marca.
Não necessariamente a sua empresa precisa ter um propósito social, do tipo politicamente correto. No entanto, é preciso elencar valores e vislumbrar, talvez, um cenário de mundo (geralmente, melhor) para o qual a sua marca possa contribuir.
Empresas com propósitos são clientes melhores, pois não vão questionar tanto o preço do seu trabalho (eles atribuem valores); também vão se empolgar com aquela ação de guerrilha que custará um pouquinho a mais, mas deixará uma mensagem bonita no mundo; e as reuniões vão ser, geralmente, em torno da eficiência na difusão de uma mensagem, e não terão foco unicamente em números.
Não me entenda mal, o quantitativo importa. Mas apenas sendo avaliado em um cenário qualitativo. Clientes com propósito são os ideais para fazer o que todo gestor de marketing deseja: mais que somar números vagos, e muitas vezes manipulados, o nosso objetivo deve ser impactar com qualidade.