Na última semana, me deparei com algumas situações de desconhecimento da minha área de atuação, o que levaram a comportamentos de diminuição de valor, confusões conceituais e até relativização de alguns conhecimentos. Por esse motivo, e com o intuito de esclarecer melhor a função e o cenário do mercadólogo (ou marketeiro, muito embora a palavra esteja preenchida por um tom pejorativo), resolvi escrever esse texto, meio desabafo, mas principalmente informativo.
Fato é que o marketing ainda é uma área nova, que aos poucos vai ganhando espaço, mas sobre a qual ainda paira muito desconhecimento e inexperiência, o que torna comum a existência de aproveitadores que se utilizam do livre alcance do “título” para banalizar o trabalho; ou de clientes que, por não entenderem nossas funções, métodos, ferramentas e termos, não reconhecem o valor agregado a um profissional.
Espero que essas cinco informações ajudem um pouco na tarefa de entender melhor essa área tão incompreendida, mas cada vez mais necessária.
1) O profissional do marketing estuda. E muito. Todos os dias. Quase compulsivamente. Para nos sentirmos seguros para falar coisas relevantes, objetivas, verdadeiras e eficientes para o nosso cliente. Portanto, não pega bem dizer que “todo mundo diz que o que importa são as curtidas no Instagram, menos você”. Confie no profissional que você escolheu para te acompanhar.
2) O nosso trabalho tem custo, valor e um preço. Não é só fazer imagens bonitinhas e publicar com hashtags. Existem ferramentas pagas, horas de estudo e de análises personalizadas para cada cliente para saber qual a estratégia mais eficiente; qual conteúdo é relevante para o público-alvo e como produzi-lo; estratégias de neuromarketing para induzir sensações com determinados gatilhos visuais e linguísticos. De quebra, também estudamos mercado e precificação. E frequentemente, por reconhecermos o excesso de concorrência desleal e o quanto nossa área ainda é nova – e que o público ainda precisa ser educado quanto a ela – cobramos menos do que deveríamos. Portanto, se quiser, pechinche, negociação faz parte, mas não diminua o nosso valor. É desrespeitoso.
3) Facebook e Instagram não são tudo no marketing. E marketing digital vai muito, muito, muito além de “você cuida de mídias sociais?”. Focar seu marketing digital apenas no Facebook e Instagram é como querer emagrecer apenas indo à academia – sem associar a uma dieta sólida. Seus resultados serão superficiais e momentâneos, sem consistência e passageiros.
4) O profissional do marketing não é necessariamente a pessoa que precisa estar atualizada de memes, fazer stories bonitinhos e tirar fotos “instagramáveis”. Esse é o social media. O profissional do marketing estuda formas de atingir o público e gerar relacionamentos com o objetivo de converter em vendas. As estratégias para isso são inúmeras e, nem sempre, são executadas pelo mercadólogo.
5) Marketing é diferente de publicidade; que é diferente de social media; que é diferente de assessoria de comunicação; que é diferente de assessoria de imprensa; que é diferente de design; que é diferente de fotografia; que é diferente de produção audiovisual; que é diferente de desenvolvimento e programação. Marketing é um guarda-chuva associado à gestão e todo o resto são estratégias e ferramentas que podem (ou não) corroborar para ele. O profissional do marketing lida principalmente com a estratégia. Portanto, ele precisa ser muito inteligente e ter pensamento lógico, fora da caixa e mercadológico. Acredite, o seu sobrinho de 5, 10 ou 15 anos não faria.