A gloriosa e insaciável jornada do Instagram

Quando o Instagram veio ao mundo, lá pelos idos do ano de 2010, e começou a conquistar o seu espaço como aplicativo queridinho dos hipsters e outsiders (donos de iPhone), era difícil imaginar que a proposta se tornaria o que é hoje: um verdadeiro fominha do mundo dos empreendimentos digitais.

Acontece que menos de dois anos após o seu lançamento, vendeu a sua alma ao visionário e extravagante dono do Facebook, o que vem provocando mudanças sucessivas, significativas e cansativas na proposta original do aplicativo que costumava ser considerado o mais cool de qualquer smartphone.

A princípio,  a ideia era apenas publicar fotos com filtros charmosos. As imagens apareciam sempre em ordem cronológica, valorizando os conteúdos mais recentes. Era divertido. Mas logo as fotos não foram mais suficientes. Os vídeos foram chamados para jogo e inundaram as timelines.

Insatisfeito com a impossibilidade de comprar o Snapchat, tio Zuck resolve ser agressivo e lança o “Stories”, conteúdo em foto e vídeo, exclusivamente na vertical, que só duraria 24 horas. Não demora e o Stories recebe também a possibilidade de texto, GIF’s, emojis, perguntas e um sem número de possibilidades que você nunca conseguirá esgotar.

A ferramenta também tinha um objetivo secundário: estimular o uso do chat no Instagram e concentrar por lá conversas que outrora aconteciam no… WhatsApp? Messenger? Ambos do mesmo grupo detentor do Instagram, convém dizer. Vai entender.

Logo, logo é chamado à festa o convidado que ninguém quer receber, mas cuja aparição tem sido cada vez mais inevitável: o anúncio. O Instagram passa a comportar tantos anúncios quanto possível, e para melhor justificá-los e direcioná-los, o algoritmo da rede começa a priorizar afinidade à cronologia. Um baque para os usuários mais xiitas.

Mais recentemente, um novo lançamento tomou conta da rede. Trata-se da IGTV, um espécie de canal de vídeos mais longos dentro do Instagram. Soa como uma ofensiva à hegemonia ainda intocável do YouTube nesse nicho. Será?

O aplicativo que conquistou simpatia por ser cool, diferentão e restrito, agora assume uma neurose patológica e atira desesperado para todos os lados, como se não fosse ainda o rei de todas as mídias sociais. No auge de sua jornada, com mais de 1 bilhão de usuários ativos, mas com uma multipolaridade espantosa e preocupante, o futuro do Instagram não parece claro. Mais parece um carrossel que persegue em círculos a si mesmo – e como resultado, tem deixado os seus usuários atordoados. A acompanhar.

Sobre o autor: Andressa Vieira
Jornalista, cinéfila incurável e escritora em formação. Típica escorpiana. Cearense natural e potiguar adotada. Apaixonada por cinema, literatura, música, arte e pessoas. Especialista em Cinema, Marketing Estratégico e mestranda em Estudos da Mídia (PPgEM/UFRN). É diretora da Atena.

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